Para celebrar o Dia das Mães, o CineBlissEK comenta "Mia Madre" que retrata o amor materno como legado aos filhos


Amanhã, 8 de maio, comemora-se o Dia das Mães, a data além de impulsionar o comércio através da compra de presentes, tem como finalidade celebrar e agradecer os cuidados, a proteção e o amor materno na vida de cada pessoa. O afeto que envolve a figura da mãe é um assunto recorrente na literatura, música e no cinema não seria diferente, há milhares de títulos cinematográficos que trabalham com esse tema universal. Para ilustrar essa temática, o CineBlissEK seleciona "Mia Madre" (2015), o mais recente filme do diretor italiano Nanni Moretti (O quarto do filho; Habemus Papam).

No longa metragem, o foco está na cineasta Margherita (Margherita Buy), uma mulher moderna envolta em diversos conflitos, produzir um filme com um ator egocêntrico de Hollywood Barry Huggins (John Turturro), ser uma mãe presente com sua filha adolescente, responsabilizada pelo fim de um relacionamento, e o mais difícil e dolorido, lidar com o câncer da mãe Ada (Giulia Lazzarini). Uma senhora simpática e batalhadora que no passado fora professora de latim, influenciando diversos alunos.

Nesse turbilhão de eventos ao mesmo tempo, Margherita conta com a ajuda do irmão Giovanni interpretado por Nanni Moretti, para cuidar da adora mãe. Os dois dividem o tempo entre o trabalho e o hospital, confidenciando as dificuldades de encarar a doença materna, cujo efeito se reflete na crise existencial de cada um, Giovanni decidi abandonar o emprego e Margherita desperta para um processo de autoconhecimento meditando sobre sua índole.

Para amenizar a carga dramática, tem-se na figura de Barry os momentos divertidos do filme, pois com o talento do comediante John Turturro há um show à parte com seus embaraços com a língua italiana ou mesmo reverenciando a si mesmo ao dizer ser o ator favorito de Stanley Kubrick. Outro componente utilizado é a mistura entre a realidade e o onírico, pois algumas cenas aparenta ser real para minutos depois perceber que trata-se de um sonho ou imaginação, como na sequencia ao qual Margherita caminha contraria a uma fila de cinema e revê conhecidos e a si mesma.

A harmonia entre a dor e sofrimento da enfermidade da mãe com o humor leve na gravação do filme de Margherita é o que sensibiliza o espectador sem cair na mesmice de um drama barato. Os diálogos bem construídos e uma montagem acertada, proporciona um ritmo perfeito ao longa, humanizando as personagens na interação com o espectador através da temática do amor materno. A figura da cineasta, é considerada um alterego do diretor Nanni Moretti que vivenciou um caso parecido com sua mãe durante as filmagens de Habemus Papam. Sem sombra de dúvidas, um elegante presente para enaltecer o legado de ser mãe.
CineBlissEK



Ficha técnica 

Mia madre (Mia madre)
2015, Itália/França
Direção: Nanni Moretti
Roteiro: Francesco Piccolo, Nanni Moretti, Valia Santella
Produção: Domenico Procacci, Nanni Moretti
Fotografia: Arnaldo Catinari
Elenco: Margherita Buy, John Turturro, Giulia Lazzarini, Nanni Moretti

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