A importância da semente plantada por "Mulher-Maravilha" para futuras gerações


Com a estreia do filme solo da super-heroína da DC Comic, "Mulher-Maravilha" (2017), milhares de teorias e discursos feministas repercutiram nas redes sociais. Dirigido pela americana Patty Jenkins (Monster - Desejo assassino) - que assumiu o comando após o afastamento de Michelle MacLaren, o longa-metragem apresenta uma referência de mulher que sabe exatamente o que quer, uma mulher que se posiciona, uma representação do feminino que não utiliza da sensualidade para atingir seus objetivos, e sim, da inteligência e força física. A atriz israelense Gal Gabot, abraça com carinho a personagem Diana Prince/Mulher Maravilha, presenteando o público com uma heroína jus ao momento atual da sociedade ocidental nas reivindicações de direitos iguais e inúmeras provações no dia a dia. 

Originária da ilha paradisíaca de Themyscira, Diana, ao lado de outras amazonas é treinada por sua tia Antiope (Robin Wright), para ser a maior guerreira. À chegada inesperada do capitão Steve Trevor (Chris Pine) - acidentalmente caí na ilha depois de seu avião ser abatido -, desperta na jovem seu chamado à aventura. Contrariando sua mãe, a rainha Hippolyta (Connie Nielsen), ela decidi juntar-se a Steve, para tentar impedir que a guerra tome proporções ainda mais devastadoras. Para isso, Diana acredita que precisa encontrar o deus da guerra Ares, combate-lo, para impedir sua influência sobre os humanos. Todavia, as atrocidades estão à cargo do General Erich Ludendorff (Danny Huston) e, a química Doctor Maru/Poison (Elena Anaya). 

Durante as duas horas e pouco de duração, observa-se uma guerreira que busca enfrentar o que for necessário para atingir seu objetivo, mesmo contrariando recomendações de outras pessoas. Sua esperança em trazer a paz no mundo novamente, é a sua força motriz.  Ao mesmo tempo, vê-se uma heroína ativa e sem apelo sexual, junto de outros homens, companheiros da empreitada. O personagem do capitão Steve Trevor, é de um homem consistente, destemido e convincente, cuja significância para jornada da Mulher Maravilha é crucial no sentido de complementaridade e não de dominação.

O roteiro situado na Primeira Guerra Mundial - a história de quadrinhos de 1941 tem-se a Segunda Guerra Mundial -, proporciona uma narrativa introdutória sobre a origem da Mulher Maravilha de um modo didático, com uma fotografia clara e viva nas cenas em Themyscira, para logo depois, o público ser arremessado na escuridão do conflito armado na Europa. Em Londres, Diana necessita a todo momento provar sua força e posição perante os homens que a cercam. Claro, que não poderia faltar uma parcela de humor, perante tanto horror, esse feito além de ser realizado pelo casal, também é visto na secretária de Steve, Etta Candy (Lucy Davis), que proporciona divertidas provocações em relação à sociedade patriarcal, além de dar menções do movimento das sufragistas.

Com um figurino libertador, que valoriza um vestuário para facilitar nas lutas e não para apelo sensual, Mulher Maravilha enfrenta seus adversários com a consistência e habilidade de uma heroína. Os diversos planos de slow motion, são uma outra forma de realçar a força física de Diana, sem em nenhum momento masculinizá-la.

O ponto fraco do filme se concentra no embate final, com um vilão pouco desenvolvido durante a narrativa. Por outro lado, a mensagem de amor e união entre homens e mulheres, deixa notório que só através desses dois elementos, o mundo pode sonhar com a esperança de tempos de paz. Dessa forma, a importância de milhares de meninas/jovens/mulheres/senhoras, em se verem finalmente representadas no universo dos super-heróis, é uma conquista que trará sementes poderosas para as futuras gerações.
CineBlissEK



Ficha Técnica: 

Mulher-Maravilha (Wonder Woman)
Estados Unidos, 2017
Direção: Patty Jenkins
Roteiro: Zack Snyder, Allan Heinberg, Jason Fuchs
Produção: Charles Roven, Deborah Snyder, Zack Snyder
Fotografia: Matthew Jensen
Elenco: Gal Gabot, Chris Pine, Robin Wright, Connie Nielsen, David Trewlis, Danny Huston, Elena Anaya, Lucy Davis

Comentários

  1. Legal, bem isso que fala mesmo, gostei, apesar de ser um pouco violento, mas tem a ternura e a mensagem que diz mesmo!!!!

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